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Pipeline da Liderança: o que é e como aplicar na sua carreira

Uma casa só pode ser construída quando são respeitadas suas diversas etapas de evolução e execução. Se você colorir as paredes antes de finalizar o telhado pode ter um retrabalho desgastante. Essa analogia serve para a carreira do líder, assim como nos mostra a teoria do Pipeline da Liderança.

Eu gosto muito da forma como os criadores do Pipeline da Liderança visualizaram a evolução de um líder na empresa. Para Ram Charam, Stephen J. Drotter e James Noel a carreira do líder é composta por diversas tubulações (pipeline) pelas quais ele passará ao longo do tempo.

Sendo assim, entender a importância desse ponto de vista e de que forma os níveis da liderança afetam o sucesso (ou o insucesso) das pessoas, pode auxiliar na tomada de decisão dentro das empresas.

Liderar uma equipe pode ser uma missão almejada por muitas pessoas durante sua jornada profissional. Mas será que todas estão atentas ao que cada passo da evolução exige e espera?

À vista disso, desejo explorar o conceito de Pipeline da Liderança nas próximas linhas. Meu objetivo com esse artigo é despertar um novo olhar sobre a necessidade de preparação e foco em cada transição que o líder fará ao longo da vida.

Para saber mais sobre o que é o Pipeline da Liderança, por que você deve considerá-lo e quais são os níveis de transição pelo qual um líder pode passar, continue comigo até o final da leitura.

O que é o Pipeline da Liderança?

Essa é uma expressão que denota “canalização”. Ou seja, diz respeito a um conjunto de tubulações que se dividem em diferentes canais.

Calma que o assunto não é sobre sobre construção civil, por mais que a analogia seja extremamente compatível. Essa é uma forma metafórica de explicar os níveis de transformação pelos quais um líder pode passar ao longo da sua jornada.

Sendo assim, no Pipeline da Liderança os desdobramentos dos canos indicam as mudanças emocionais e disciplinares que o líder vai viver ao assumir tarefas mais complexas no avançar da sua carreira.

De acordo com o conceito dos autores, o Pipeline da Liderança tem 6 níveis de gestão. Ou seja, da mesma forma em que não se pode colocar o teto de uma casa sem construir as paredes, um líder terá sérios problemas ao galgar do primeiro nível para o 3º ou 4º, por exemplo.

Para evitar um desgaste, que também reflete na equipe, se faz necessário ter clareza sobre cada nível, identificando aquele em que se está bem como, o que precisa ser feito a fim de se preparar para o próximo.

Leia mais: O que é liderança situacional e como aplicá-la no dia a dia

Por que você precisa dar atenção do Pipeline?

Quando se fala em Pipeline da Liderança logo vem em mente o processo de sucessão ou transição.

Portanto, o líder precisa entender que cada nível da liderança requer um conhecimento e um desenvolvimento específico. Uma mudança por si só, já é promotora de desconforto. Agora imagine essa situação quando as etapas de planejamento e preparo são negligenciadas.

Os autores deixam claro que pular as etapas do Pipeline da Liderança resulta em consequências preocupantes, tanto para o profissional quanto para a empresa. Tal iniciativa pode causar uma “obstrução” do Pipeline.

Desta forma, dar a devida atenção ao conceito proposto favorece o líder e a equipe em diversos aspectos. Observe:

  • Melhora na estruturação dos treinamentos dos líderes;
  • Por conhecerem suas funções, os líderes tendem a trabalhar com maior assertividade em cada nível;
  • Identifica as pessoas com maior potencial para atuar em cada nível de gestão;
  • Facilita o planejamento das sucessões.

Os seis níveis de transição do Pipeline da Liderança

Ao chegar neste ponto da leitura você certamente quer saber como identificar o seu nível no Pipeline e, também, quais são as habilidades necessárias para avançar para o próximo.

Pois bem! Vamos conhecer os 6 níveis do Pipeline da Liderança a partir de agora.

Transição 1: de liderar a si mesmo para liderar (gerenciar) os outros (líder de primeira linha)

O primeiro estágio envolve os colaboradores no início da carreira e ainda com pouca experiência de liderança. Aqui o profissional deixa de ser um analista ou técnico e passa a ser um líder.

Os autores ressaltam que essa primeira transição é a mais difícil pois, cria-se um novo processo de identidade (é preciso tirar a roupagem de colaborador técnico e se apropriar da roupagem de líder). Neste estágio inicial o foco está no planejamento das suas atividades e da sua equipe, na capacidade de motivar, treinar, avaliar, selecionar e desligar colaboradores.

Transição 2: de liderar (gerenciar) os outros para gerenciar gerentes (supervisores/coordenadores que lideram os líderes de primeira linha)

Nessa etapa, os colaboradores já estão acostumados com a cultura da empresa e passam a assumir mais responsabilidades. Talvez essa diferença no nível de tarefas seja a característica mais distinta com a etapa anterior, pois aqui, a pessoa deve ser capaz de se desfazer das tarefas individuais para apenas gerenciar os outros.

Em termos de habilidades, o foco se volta à capacidade de avaliar e selecionar outras funções de primeiro nível, atribuindo-as aos colaboradores, ajudando-os com o trabalho gerencial e medindo o progresso para descobrir se a pessoa está apta ou não para passar para o nível seguinte.

Transição 3: de gerenciar gerentes para gerenciar uma função (gerente geral de unidade que lidera supervisores/coordenadores e gerentes de setor)

Neste terceiro nível, normalmente vemos a nomenclatura nas empresas como gerente geral da unidade. A diferença entre administrar gerentes e gerenciar uma função pode parecer sutil, mas existem vários desafios por trás desse processo. A chave do sucesso é desenvolver habilidades de comunicação para conseguir fazer parte da equipe e entender as necessidades e preocupações dos outros. Em outras palavras, o grande salto diz respeito à capacidade de enxergar e entender o quadro geral da empresa.

Transição 4: de gerente operacional a gerente de negócios (gerente corporativo de negócio de lidera gerentes gerais de unidades)

Nessa etapa, o gerente dá um grande salto na escala de liderança. Em contrapartida, precisará ter a capacidade de atuar sob maior pressão, uma vez que a autonomia para tomar decisões se expande ainda mais. Talvez essa seja a mudança mais importante no Pipeline de Liderança, já que as habilidades sofrem uma transformação interessante, passando de “ser capaz de gerir” para “ser capaz de liderar”.

Transição 5: de gerente de negócios a gerente de grupo (diretorias que lideram gerentes corporativos e gerentes gerais)

A diferença da fase anterior para essa é simples: enquanto um gerente de negócios se concentra nas conquistas de sua equipe, um gerente de grupo fica satisfeito e valoriza o sucesso de outros grupos.

Transição 6: de gerente de grupo a administrador de empresa (CEO que lidera diretorias)

Por fim, temos a última transição do modelo de Pipeline de Liderança, na qual os gerentes de grupo se tornam administradores de empresas, como CEOs, por exemplo. Neste momento, eles estão muito mais focados em valores do que em habilidades, uma vez que já aprenderam as habilidades necessárias em cada nível com sua experiência durante as transições anteriores.

O desenvolvimento dos líderes nessa última etapa deve enfatizar o pensamento visionário no lugar do estratégico.

E você, onde se encontra nesse momento?

Chegou a hora de olhar para a sua gestão e identificar qual é o seu nível atual de liderança. Ter clareza sobre esse ponto é fundamental em um processo de transição tranquilo e planejado.

Além do mais, assumir uma nova responsabilidade com segurança e compreensão assertiva das funções a serem executadas, só trará benefícios para todas as partes.

Antes de ir embora, comenta aqui embaixo: qual é o seu nível no Pipeline da Liderança?

Você também pode gostar de ler: Como aprimorar seu autodesenvolvimento e crescer na carreira?

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