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Teoria da Carga Cognitiva: como a mudança de rotina afeta a produtividade

Como você se comporta em meio a uma crise? Você reconhece o que está sentindo? Este assunto é muito pertinente ao momento, pois, infelizmente, estamos no meio de uma crise sanitária. É hora de descobrir o que a Teoria da Carga Cognitiva diz a respeito do assunto.

Toda crise gera mudanças no cotidiano de qualquer pessoa, afetando a rotina e a criatividade. 

E mesmo adotando as medidas físicas para transpor uma crise, é claro que o seu psicológico também sofre as consequências.

Seria possível, ainda que no meio da tempestade, conseguir níveis de produtividade interessantes

A resposta é sim! Mesmo que tenhamos a sensação de estar distraídos, de que nossa concentração tirou férias e de que a única constância existente é a de uma enorme fadiga mental, é possível ser produtivo.

Para isso é preciso compreender a Teoria da Carga Cognitiva e a forma como ela pode ajudar nessa missão

Você deseja caminhar com direcionamento e clareza em meio às crises que aparecem?  

Deseja saber o que é a Teoria da Carga Cognitiva? 

Então, continue comigo neste artigo, pois irei mostrar onde ficam as luzes. 

O que é a Teoria da Carga Cognitiva?

A teoria psicológica, Teoria da Carga Cognitiva, vem do contexto da Educação e foi desenvolvida pelo psicólogo educacional australiano John Sweller

A carga cognitiva está relacionada com a quantidade de informações que a memória de trabalho pode armazenar ao mesmo tempo, afirmando também, que esta memória é limitada.

Ela é limitada, tanto na quantidade de armazenamento quanto na retenção de informações, e aqui temos o problema.

Sendo assim, esta memória operacional tem suas particularidades voltadas para resolver situações. Ou seja, dizem respeito às memórias adquiridas que nos fazem usar o “piloto automático” vez ou outra.

Então, como em meio a uma crise, podemos utilizá-la do melhor jeito?

Devemos conceber que quanto menos você estiver familiarizado com uma tarefa, mais trabalho terá para realizá-la

À vista disso, com todas as novidades que vivenciamos em meio a uma crise, posso dizer com certeza, que estamos a sobrecarregá-la.

E, tendo um excesso de carga cognitiva, passamos mais tempo agindo como novatos nas atividades do que como especialistas.

É uma situação que não há como fugir, principalmente porque se quer manter um alto nível de produtividade, lidar com esta “não rotina” e preservar nossa sanidade mental.

Portanto, siga na leitura deste artigo para entender como a Teoria da Carga Cognitiva influencia na sua vida e quais opções temos para lidar com a sobrecarga. 

Tempos incertos; hábitos incertos

Não é privilégio de ninguém ter um comportamento incerto numa crise. 

Todos podem apresentar hábitos incertos, mas é preciso ser compreensivo consigo mesmo e buscar tirar o melhor aprendizado disso.

Imagine que num cenário rotineiro, você acorda no mesmo horário, faz sua higiene, toma seu café da manhã e cuida do que está habituado a fazer antes de sair para o trabalho. 

De uma hora para outra, você tem tarefas a fazer que não requerem que esteja às 8 da manhã no escritório. Com certeza o horário de acordar irá sofrer alguma mudança.

Ou ainda, é possível ir para o ambiente de trabalho, mas lá não se pode cumprimentar o colega como de costume, os espaços estão demarcados e você, obrigatoriamente, cria novos hábitos para conviver com seus colegas.

Agora, com esta pandemia da Covid-19, instalada por vários meses, já temos clareza sobre alguns novos hábitos, mas os tempos ainda são incertos.

Temos criado hábitos indefinidos que interferem na nossa produtividade, além do externo que nos afeta drasticamente. 

A mudança acontece quase que diariamente e ainda teremos este terreno oscilante por mais algum tempo.

É preciso ter consciência do que se vive numa crise e buscar as alternativas possíveis. Seja para sair dela ou para conviver com ela.

Você também pode gostar de ler: Se adaptar às mudanças gera desconforto? Mas o que é conforto?

Por que a mudança de rotina afeta a produtividade? 

Estar em uma crise, muda a rotina e afeta diretamente a produtividade, pois nos tira do nosso “lugar comum”, tira-nos do que estamos condicionados a fazer. 

O que era feito no piloto automático, e não utilizava espaço na memória de trabalho, passa a ser um evento novo e a roubar o nosso tempo e concentração. 

Um exemplo disso é a ocasião de uma reunião de trabalho. 

Quando se está na empresa, você entra na sala, senta-se e emite sua opinião ou dá a sua contribuição, é um terreno conhecido. 

Em meio a uma crise, a rotina já está abalada, seja nos horários, seja nos locais. 

Usando o exemplo anterior, a mesma reunião que você participaria na empresa, agora pode ser no Home Office e passa a ser necessário organizar inúmeras coisas dentro de casa para que se possa participar daquela reunião. 

A sua mente precisa dar conta de muito mais situações! E, lembre-se, a nossa mente operacional é limitada.

Estas pequenas mudanças podem trazer uma modificação negativa no seu rendimento. Quando estamos nervosos ou com o psicológico mexido, a capacidade da memória operacional é restringida

E isso reduz a produtividade porque aquilo que é conhecido adquire novas nuances e nos toma mais tempo. 

De acordo com a teoria vista, a nossa “carga cognitiva” particular exigida em grande parte do que costumávamos fazer aumentou. Além de que, as interrupções a que somos submetidos na crise se tornaram muito mais presentes. Estes são apenas dois exemplos dos porquês da nossa memória de trabalho ter diminuído.

E como lidar com isso?

 É possível ter mais produtividade mesmo na adversidade 

O cenário de uma crise não é agradável, na discussão acima você percebeu que ficamos mais distraídos, preocupados, ansiosos, e não damos conta de mostrar nosso desempenho adequadamente. 

Em alguns casos, como neste atual, teme-se até pela saúde ou vida. 

E, mesmo assim, na adversidade, podemos ser mais produtivos? 

Sim, podemos! A Teoria da Carga Cognitiva nos diz que nossa memória de trabalho – esta memória de operação que age na resolução de problemas – fica sobrecarregada nas crises. Então, temos que enfrentar as crises para administrar nossa memória a fim de que produzamos bem.

Primeiramente, tem-se que resolver o problema se estiver ao seu alcance. Ou seja, diminuir os sequestradores da atenção e tornar a carga cognitiva mais administrável. 

Para minimizar os efeitos da crise e otimizar a memória de trabalho, siga estas dicas: 

  • Estabeleça as rotinas possíveis, horário de acordar, por exemplo;
  • Esforce-se para controlar o estresse;
  • Tenha metas realistas e realizáveis;
  • Seja duro com as distrações, afaste-as como puder;
  • Procure concentrar a sua atenção em uma coisa de cada vez;
  • Reduza o espaço dos problemas dividindo-os em partes; 

Agora que você sabe de alguns detalhes da Teoria da Carga Cognitiva e seus impactos na sua rotina, você está disposto a investir nas mudanças necessárias para ter uma maior produtividade? 

Coloque as orientações em prática e me conte como foi.

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