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O Triângulo Dramático de Karpman: Como Quebrar Ciclos de Conflito no Mundo Corporativo

Introdução:

No ambiente corporativo, os conflitos são inevitáveis, mas a maneira como são gerenciados pode determinar o sucesso ou o fracasso de uma equipe. Uma das dinâmicas mais insidiosas que surgem nesses conflitos é o Triângulo Dramático de Karpman, um modelo psicológico que descreve como as pessoas podem assumir papéis de Vítima, Perseguidor e Salvador em situações de tensão. Compreender e desmantelar esse triângulo é essencial para líderes que desejam criar um ambiente de trabalho colaborativo e produtivo.

Entendendo o Triângulo Dramático de Karpman:

Desenvolvido pelo Dr. Stephen Karpman em 1968, o Triângulo Dramático é uma teoria de dinâmica interpessoal que descreve três papéis que as pessoas costumam adotar em conflitos:

  • Vítima: A pessoa que se sente oprimida ou injustiçada, frequentemente evitando a responsabilidade pessoal por sua situação. Exemplo em liderança: Imagine um líder que constantemente se queixa da falta de recursos e apoio da alta gestão, sentindo-se sempre sobrecarregado e sem alternativas. Este líder pode acabar paralisado, esperando que outros resolvam seus problemas, em vez de tomar a iniciativa de buscar soluções criativas ou negociar melhor com a liderança superior.
  • Perseguidor: O indivíduo que culpa ou critica a Vítima, muitas vezes adotando uma postura autoritária. Exemplo em liderança: Um gestor que continuamente repreende sua equipe por não atingir metas, sem oferecer suporte ou feedback construtivo, se coloca no papel de Perseguidor. Esse comportamento pode criar um ambiente de medo e ressentimento, onde a equipe se sente constantemente pressionada e desmotivada, levando a uma queda na produtividade e no moral.
  • Salvador: Aquele que tenta “resgatar” a Vítima, muitas vezes assumindo responsabilidades que não são suas. Exemplo em liderança: Um líder que frequentemente intervém para “salvar” os membros da equipe de seus próprios erros, sem permitir que eles enfrentem as consequências e aprendam com suas falhas, está no papel de Salvador. Esse comportamento pode impedir o desenvolvimento da equipe, pois os membros não são incentivados a desenvolver suas próprias habilidades de resolução de problemas e autonomia.

Separei uma leitura complementar que certamente irá enriquecer o seu conhecimento: Como Liderar a Geração TikTok: Conecte-se com uma Nova Onda de Talentos

Impactos no Ambiente Corporativo:

Quando o Triângulo Dramático se instala em uma equipe, ele pode criar um ciclo vicioso de conflitos e disfunções que são difíceis de quebrar. Estudos mostram que ambientes de trabalho onde esses padrões predominam apresentam índices mais altos de estresse, menor produtividade e maior rotatividade. De acordo com um relatório da American Psychological Association, o estresse relacionado ao trabalho custa às empresas americanas até US$ 500 bilhões por ano, com muitos desses custos relacionados a dinâmicas interpessoais disfuncionais .

A Psicologia do Conflito no Local de Trabalho:

O Triângulo Dramático é apenas uma manifestação de como os conflitos interpessoais podem se desenrolar no ambiente de trabalho. Segundo a Harvard Business Review, conflitos mal administrados podem diminuir a moral da equipe em até 60% e aumentar a probabilidade de rotatividade de funcionários . Além disso, um estudo do Workplace Conflict and Mediation Study mostrou que 85% dos empregados em todos os níveis experimentam algum tipo de conflito no trabalho, e 29% dos empregados enfrentam conflitos quase constantemente .

Como Quebrar o Triângulo Dramático:

  1. Reconheça os Padrões: O primeiro passo é reconhecer quando os membros da equipe estão assumindo esses papéis. Líderes devem estar atentos aos sinais de que alguém está se posicionando como Vítima, Perseguidor ou Salvador. Um estudo do Center for Creative Leadership sugere que líderes eficazes são aqueles que conseguem identificar e interromper padrões disfuncionais antes que eles se consolidem .
  2. Promova a Responsabilidade: Incentivar a responsabilidade pessoal é crucial para quebrar o ciclo. De acordo com a Society for Human Resource Management (SHRM), equipes com uma cultura forte de responsabilidade e autonomia têm 50% menos conflitos interpessoais, pois os funcionários são incentivados a resolver problemas diretamente e a assumir a propriedade de suas ações .
  3. Desenvolva a Comunicação Assertiva: Uma comunicação aberta e assertiva ajuda a prevenir a formação do Triângulo Dramático. A International Association of Business Communicators (IABC) destaca que empresas com práticas de comunicação eficazes são 3,5 vezes mais propensas a superar seus concorrentes, evidenciando a importância de um diálogo transparente e colaborativo.
  4. Invista em Treinamento e Desenvolvimento: Fornecer treinamento em inteligência emocional e resolução de conflitos pode equipar os funcionários com as habilidades necessárias para evitar cair nesses papéis e, em vez disso, adotar uma abordagem colaborativa. De acordo com a World Economic Forum, a inteligência emocional é uma das habilidades mais importantes para o sucesso no local de trabalho moderno, com 91% dos principais empregadores reconhecendo sua importância para a liderança eficaz .

Conclusão:
Desfazer o Triângulo Dramático de Karpman no ambiente corporativo exige vigilância, comunicação eficaz e uma cultura de responsabilidade. Líderes que conseguem identificar esses padrões e implementar mudanças eficazes podem transformar conflitos destrutivos em oportunidades de crescimento e colaboração. Ao fazer isso, não apenas melhoram a dinâmica de suas equipes, mas também impulsionam o desempenho organizacional.

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Referências:

Imagem: Eduardo Lbm – http://WordPress.com

  1. American Psychological Association. (2017). “Stress in America: Paying With Our Health.” Retrieved from apa.org.
  2. Harvard Business Review. (2019). “How to Manage Conflict in Virtual Teams.” Retrieved from hbr.org.
  3. Workplace Conflict and Mediation Study. (2020). “The Cost of Conflict in the Workplace.” Retrieved from conflictmediation.org.
  4. Center for Creative Leadership. (2018). “The Role of Conflict in Leadership Development.” Retrieved from ccl.org.
  5. Society for Human Resource Management (SHRM). (2021). “Building a Culture of Accountability.” Retrieved from shrm.org.
  6. International Association of Business Communicators (IABC). (2020). “The Importance of Effective Communication in Business.” Retrieved from iabc.com.
  7. World Economic Forum. (2022). “The Future of Jobs Report.” Retrieved from weforum.org.
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Inclusão e diversidade nas empresas e na liderança

A diversidade nas empresas e na liderança é extremamente necessária para dar riqueza às tomadas de decisão e trazer um outro olhar para os negócios.

Nesse artigo foi feito um dossiê da diversidade e da inclusão nas empresas e na liderança, de forma simples você vai saber o que são esses termos, porque abrir as portas para o diverso e, ainda, como implantar isso na sua gestão.
Boa leitura!

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As competências mais desejadas na liderança pelas organizações

As empresas mais antenadas em produtividade e gestão de pessoas sabem que para fazer essa equação surtir resultados depende da contratação que fazem das suas lideranças.

Leia este artigo até o fim e descubra que competências são essas e como desenvolvê-las para ser extremamente valioso para sua empresa ou para se tornar um líder cobiçado no mercado de trabalho.

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80% profissionais pedem demissão por causa DA LIDERANÇA: conheça os motivos

Pesquisas apontam que 80% dos profissionais pedem demissão por não estarem contentes com a liderança a qual estão submetidos. Esses dados podem ser conferidos em uma pesquisa feita pelo PageGroup, empresa de recrutamento baseada no Reino Unido. Nesta pesquisa o diretor Michael Page diz que “O desempenho abaixo do que se espera de um líder é o principal motivo apontado tanto por quem pede para sair da empresa, como por quem está desanimado no emprego”.

inteligência emocional no trabalho

Inteligência emocional no trabalho: por que ela é importante?

Você sabia que as habilidades ligadas à inteligência emocional têm tanto valor quanto as especializações técnicas dos profissionais? Sim, muitas empresas já tratam a inteligência emocional no trabalho dessa forma. Por isso que ela deve ser desenvolvida por todos que desejam se destacar no mercado de trabalho.

Eu tenho certeza que você já ouviu falar bastante sobre inteligência emocional e a forma como ela impacta nosso comportamento no ambiente de trabalho. 

Mas você sabe os reais motivos dessa importância? E, compreende as maneiras que pode utilizar para desenvolver a sua inteligência emocional?

Esse artigo vem ao encontro do seu desejo de evoluir nesse assunto. 

Nele você vai descobrir o que é inteligência emocional no trabalho, os motivos de ela ser tão importante e descobrir algumas dicas de como desenvolver a sua inteligência emocional.

Continue com a leitura até o final e enriqueça seu comportamento com a inteligência emocional.

O que é inteligência emocional no trabalho

Para Daniel Goleman, psicólogo e jornalista americano, autor do livro Inteligência Emocional, essa habilidade diz respeito à capacidade de identificar os nossos próprios sentimentos e os dos outros, de nos motivarmos e de gerir bem as emoções dentro de nós e nos nossos relacionamentos.

A inteligência emocional está pautada no autoconhecimento, na regulação das emoções, na automotivação, na empatia e nas habilidades de se relacionar.

Esse conceito deve ser aplicado em todos os âmbitos da vida em sociedade!

E já que a inteligência emocional defende que lidar com as emoções é fundamental para o desenvolvimento do indivíduo, no trabalho não seria diferente. 

Nesse âmbito, a inteligência emocional, se mostra como instrumento de resiliência, calma e compreensão, essas sendo características especiais para um líder.

No trabalho, a inteligência emocional tem um papel fundamental, pois, a maioria das situações vividas nesse local exigem habilidades de relacionamento e compreensão humana. 

É lá que se demonstra o quanto habilidosa a pessoa é para entender suas próprias emoções e as dos colegas de trabalho. Dessa forma, o colaborador compreende o efeito das emoções no seu desempenho e no sucesso da empresa.

Você também pode gostar de ler: Inteligência emocional para líderes: o que você precisa saber

Por que ela é importante?

É preciso reforçar ainda, que no ambiente de trabalho essa habilidade deve ser melhor utilizada. 

Isso porque, passamos bastante tempo em contato com os colegas, o que significa lidar com uma diversidade enorme de pessoas. São culturas, gostos e etnias que estão juntas para um objetivo comum, mas precisam se entender para alcançarem esse objetivo, que é o resultado para a empresa.

Bom é que, antes de olhar o resultado almejado, a inteligência emocional no trabalho cria um ambiente de respeito com os relacionamentos interpessoais

Isso engrandece a vivência da equipe e dá condições para as decisões serem tomadas em consenso.

Pode-se ver o quanto a inteligência emocional no trabalho é importante quando se vivencia uma situação de conflito. Nesse momento é chamado à razão o que se sente, pois quando o colaborador não sabe ao certo o que sente, não é empático e não equilibra suas reações, o problema é intensificado e fica sem resolução. 

Por isso é preciso exercitar a Inteligência emocional, para que não  aconteçam ofensas, mágoas e prejuízo para o trabalho e para o clima organizacional.

Assim, a inteligência emocional no trabalho dá o tom civilizado e assertivo para o ambiente e seus participantes. 

Com o uso da inteligência emocional, as pessoas podem entender suas emoções e se colocarem no lugar do outro favorecendo um caminhar mais suave e produtivo na empresa.

Como desenvolver sua inteligência emocional

Já se vê como a inteligência emocional é fundamental para o sucesso de um líder e também da sua equipe. 

Sendo assim, é natural que se queira saber como desenvolver essa habilidade tão importante. 

Por esse motivo enumero aqui algumas dicas de como desenvolver sua inteligência emocional.

1- Promova o autoconhecimento: Ao se autoconhecer a pessoa pode controlar as suas reações e entender as formas de se motivar. Nesse sentido, também, estará aberta a ouvir mais, inclusive feedbacks de melhoramento. 

Isso é bom, você não concorda?

2- Controle os impulsos: É natural que haja uma reação ao que nos desagrada, mas tente fazer isso de forma controlada e assertiva. 

O profissional inteligente emocionalmente sabe se manter calmo, seja na fala ou nos gestos. E, mais importante, saiba quais são as situações no ambiente corporativo que são capazes de tirar você do sério. Identifique-as e não seja pego de surpresa!

3- Expresse-se adequadamente: Mesmo aquilo que te desagrada precisa ser dito, mas isso não quer dizer que será dito de qualquer jeito. Você deve expressar seus sentimentos e emoções de forma clara, objetiva, sem julgamentos, em um diálogo sincero, respeitoso e claro.

4- Use de empatia: Essa capacidade de compreender e considerar os sentimentos de outros permite maior sintonia com o mundo. Isso melhora as relações de trabalho, pois o outro se sente compreendido e acolhido.

5- Seja automotivado: Desenvolva essa capacidade de ter motivos para agir. Uma pessoa automotivada é mais feliz e tem foco no resultado, desse modo, não vai se atentar ao desnecessário e irá conseguir usar de inteligência emocional para com os colegas.

A inteligência emocional não é algo genético, é sim uma habilidade que pode e deve ser desenvolvida. 

No trabalho ela é mais importante ainda. Mas requer disciplina, foco e determinação e é fundamental parar com o processo de procrastinação. É preciso começar agora.

Compartilhe sua opinião aqui nos comentários: De que forma você treina a sua habilidade de inteligência emocional. 

Complemente a sua leitura: Automotivação existe? Como ela impacta no seu trabalho?