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O dilema da liderança: Ser o líder que agrada ou o líder que intimida?

Na liderança, nenhum líder escapa do questionamento que torna sua vivência única e os resultados desejáveis– ser amado ou ser temido – isso, de fato, tem sido objeto de intenso debate e reflexão por parte de líderes mais conscientes em empresas que acolhem uma diversidade de pessoas cada vez em maior número.

É bem verdade que existem premissas que duram para sempre, vale lembrar as teorias formuladas por Aristóteles na Grécia antiga sobre ética e moral. No entanto, nos dias atuais e depois de tudo que se aprendeu de melhorias nas relações interpessoais, pergunta-se se é verdade que “É bem mais seguro ser temido do que amado” como pregava Maquiavel na Itália do século XV.

Neste artigo, você vai encontrar diferentes perspectivas sobre essa questão, até sua aplicação prática nas dinâmicas de liderança. Desde a origem desse debate e as implicações em ser temido pela equipe ou ser amado por ela.

Boa leitura!

A origem do debate

A discussão sobre a natureza do poder e da liderança já acontece a muito tempo. Na obra clássica “O Príncipe”, de Nicolau Maquiavel, o autor italiano aborda a questão de como um governante deve ser percebido por seus súditos. Maquiavel argumenta que é preferível que um líder seja temido do que amado, pois o medo é mais eficaz para manter a ordem e a estabilidade.

Aqui, quero dar ênfase que o temor a um líder se constrói de várias maneiras, pode ser por autoridade, como quando o líder possui um conhecimento comprovado no qual não cabe dúvida alguma. Ou quando o líder possui um estilo de liderança autocrática, quase ditatorial em que inibe qualquer reação contrária ou sugestiva de seu time.

Voltando ao filósofo Maquiavel, seus conselhos são para que o líder mantenha o controle sobre seus subordinados através do medo, se necessário, pois ele acredita que o amor e a lealdade dos súditos no livro “O Príncipe” podem ser volúveis e inconstantes. Para ele, a capacidade de inspirar medo garante obediência e respeito, fundamentais para a manutenção do poder.

Para entender e usar a liderança autocrática leia: Liderança Autocrática: Um Manual de Uso Estratégico

Por que questionar a oposição “temido ou amado” na liderança?

Primeiramente, deve-se questionar como fazer uma liderança que atenda a necessidade da empresa, seus lucros, por exemplo, mas também como conviver em uma harmonia organizacional de modo que o engajamento do time promova a boa convivência e os objetivos que devem ser alcançados.

Por isso, é crucial entender porque ser temido importa, mas também obter informações sobre o outro lado, pois importa também, e muito. Assim, o tratado de ética de Aristóteles oferece uma perspectiva diferente sobre apenas ser temido ou liderar de forma autocrática. Aristóteles argumenta que a virtude moral e a ética são fundamentais para o exercício do poder e da liderança.

Na sua concepção, um líder deve buscar ser amado e respeitado através de suas virtudes e caráter, em vez de depender do medo para manter sua autoridade.

Você vai gostar de ler: Rompendo Barreiras: O Fim da Cultura Tóxica e a Construção de um Ambiente de Trabalho Positivo

A preferência dos líderes na dinâmica corporativa.

Apesar de todo conhecimento disseminado e da busca pelo equilíbrio nas lideranças, muitos líderes corporativos ainda são atraídos pela abordagem de serem temidos. Eles podem acreditar que impor autoridade através do medo é a maneira mais eficaz de alcançar resultados e manter o controle sobre suas equipes. No entanto, essa abordagem pode levar a um ambiente de trabalho tóxico, com baixa moral e alta rotatividade.

O líder, num primeiro momento, deve expor a seus liderados o código de ética da empresa, resumidamente o que pode ou não pode ser feito naquele ambiente. Isso, por muitas vezes, pode ser visto como rigoroso ou cruel em determinadas situações e a depender dos colaboradores que recebem a informação. Só que é preciso ditar como é o clima organizacional esperado para a empresa em questão. Aqui se fala também de missão, valores e visão da empresa, pois uma organização necessita de parâmetros para direcionar as ações dos colaboradores, caso contrário corre-se o risco de perda do controle da equipe.

Para contribuir com você, quero deixar uma sugestão complementar de leitura: A importância dos valores da empresa na gestão da equipe

Depois, o líder vai conquistar cada um dos seus liderados com seu exemplo, seu conhecimento, sua justiça, com a forma que dá oportunidades para que o seu time desempenhe suas potencialidades mediante a organização.

Risco de buscar ser amado e a falta de obediência

Não será aceito para um bom desempenho em liderança, buscar ser amado a todo custo e deixar de fazer o trabalho de liderar. Isso porque, alguns líderes podem optar por adotar uma postura mais benevolente e serem vistos como “bonzinhos” causando displicência no comportamento dos liderados que passam a não o obedecer ou a procrastinar, prejudicando prazos e resultados.

Querer agradar pode prejudicar imensamente a carreira do líder, pois essa abordagem precisa ser acompanhada por uma clara assertividade e firmeza quando necessário, já que os colaboradores podem interpretá-la como fraqueza e falta de liderança, resultando em falta de obediência e respeito.

A Importância de ser admirado e a influência na produtividade e obediência

Qual a relação que existe entre ser uma inspiração para a equipe e os resultados obtidos por isso? É fundamental reconhecer que um líder admirado, que inspira confiança e respeito genuíno através de suas ações e caráter, tende a colher os melhores resultados.

Quando os colaboradores veem seu líder como alguém que os valoriza, os motiva e os trata com justiça, estão mais propensos a se comprometer com os objetivos da empresa e a trabalhar com maior dedicação e eficiência.

Assim, o debate sobre se é mais importante ser amado ou temido como líder é bastante complexo e vê-se ambos os comportamentos em toda e qualquer empresa. No entanto, têm-se que elevar a informação de que os líderes mais eficazes são aqueles que combinam elementos de ambas as abordagens, mantendo um equilíbrio entre firmeza e empatia, autoridade e compaixão.

Ao cultivar relacionamentos interpessoais sólidos, demonstrar integridade e agir com coerência, os líderes podem inspirar confiança, obediência e produtividade em suas equipes, promovendo um ambiente de trabalho saudável e alcançando resultados excepcionais.

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